... CITAÇÃO DA REVISTA BULA:
...Mas a paixão permanecerá lá, no fundo dos seus olhos, qual um segredo
irrespondível, a esperar o desfecho que nunca vem. Para quem se deixa
vencer pelo temor de amar (“Eu temo”), o “a” do verbo conjugado nunca
formará o “te amo”. Para pessoas assim não é apenas a linguagem que
assoma analfabeta; é a paixão que morre nos seus olhos qual um segredo
incontido. Para pessoas assim o amor irrealizado é o caminho de quem se
acovarda e, com isso, evita sofrer. Mas é também a condenação à prisão
perpétua numa vida vazia, uma vida “cheia de nada”.
O que o filme “O Segredo dos Seus Olhos” mostra-nos é que não se pode
abandonar o amor da sua vida impunemente. Não se pode deixar passar
tudo de novo.
Não se pode enganar a si próprio, como fez Espósito durante 25 anos, a
dizer que a paixão que sentia já passou, que não deve perguntar, que
não deve pensar mais a respeito. Quem aceita que não fez nada (não lutou
pelo amor da sua vida), não pode ser feliz. Porque “vazia” e “cheia de
nada” não são outras vidas; é esta. É apenas a vida de quem vive sem
amor. É a prisão perpétua de quem vive com medo de amar.
Na minha opinião é o melhor filme sobre aqueles sentimentos mais profundos que nos atormentam e o mundo fútil e vazio não consegue compreender.
Vale a pena ver o filme.
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