Barrinha MaynaBaby

segunda-feira, 6 de março de 2017

Uma Reflexão de como Vivemos as nossas Vidas e Usamos as Oportunidades


Dezembro foi o caos pra mim.  Foi a queda, a gota de água que transbordou o copo.
Meu sofrimento iniciou em agosto com o falecimento do meu paizinho uma semana antes do aniversário dele. Então  achei que o peso da existência deu um tempo, um alívio e novembro a coisa começou a se complicar. Cuidando de uma tia de 80 anos, uma pessoa que ajudou a me criar, que por muitos anos eu daria a minha vida pra salvar a dela e que deixei várias oportunidades de crescer para cuidar dela em todos os sentidos.


Resumidamente, no passado,  deixei a faculdade, os bons empregos, os relacionamentos que me afastariam de poder dar apoio a ela, Tudo que eu deixei para trás era tudoque me faria crescer.
Abri mão da autoescola, do carro, enfim tudo que pude fazer para que nada faltasse a ela. No entanto ela nunca estava satisfeita e sempre me pisou, me humilhou e me prejudicou. Ao mesmo tempo que me defendia, armou várias situações que poderiam custar a minha vida.
Perdi a conta de quantas vezes me botou pra fora de minha própria casa com minha filha ainda pequena. 
Mesmo assim, depois de um tempo, ainda consegui um emprego que poderia voltar a estudar e cuidar dela. Novamente ela aprontou e tive que deixar minha casa. Perdi quase tudo que eu tinha construido nessa ocasião. E estou pulando várias etapas.
Fora de minha casa, em uma tentativa de assalto que reagi fui surrada pelo ladrão ao ponto de perder muitos dentes e ter grave traumatismo facial. Sem mais oportunidades voltei para meu lar e tive que conviver (mais uma vez) com a minha tia e novamente planejei todo um esquema para poder trabalhar, me dedicar algum estudo que me fizesse crescer financeiramente e cuidar dela. Então mais uma vez ela jogou tudo pelo ralo, com mentiras e perseguições e maldades.  E todas as oportunidades que tive se foram.
Comecei a trabalhar no Supermercado Extra, era pegar ou largar um oportunidade de emprego em um pais em crise. Aceitei com um cargo e salário bastante inferior a minha capacidade, mas é o que tem pra hoje, GRATIDÃO!

Então, em dezembro ela adoeceu com uma bactéria resistente. Hospitalização... Traumas... Em minha mente as várias situações traumáticas de socorrer (SEM RECURSOS EFICIENTES) uma idosa em estado de doença e se agravando. Gastei tudo o que eu tinha e o que ainda iria receber. Fiz dinheiro aparecer de trabalhos em noites viradas ludibriando meu cansaço.
Todo se afastaram e tive um ÚNICO amigo que me dava um ombro, uma força, uma palavra amiga pelo WhatsApp. Talvez ele não saiba que aqueles simples momentos de companhia por uma linha de internet foi o meu combustível na hora do desespero, onde todos me viravam as costas ele estava ali simplesmente me ouvindo.
Ainda nesse período, exatamente no dia 23 de dezembro tive um sangramento ginecológico significativo e um diagnóstico não muito bom. Risco de câncer, sangramento forte que não cedia, exames, problemas no trabalho, solidão extrema, a tia internada e eu sozinha resolvendo minha vida e a dela.


Tem uma hora que a força acaba, que a capacidade esgota e o lado frágil prevalece. Não aguentei a forte pressão... 
Tratamento com medicações fortes fizeram minha depressão reaparecer juntinho com o TOC que adquiri depois do trauma do assalto. E no pior dos momentos recebo um telefonema do hospital dizendo que ela estava de alta.
Solidão, abandono, raiva, inércia, vontade de terminar com a vida. Tudo se misturou dentro de mim e a deixei abandonada e de alta no hospital. Eu fui buscar ajuda pra mim naquele momento, eu precisava de ajuda e ninguém iria me ajuda ou já teriam feito. Era claro que eu não daria conta de tudo sozinha. Fui buscar tratamento para as dores da minha alma e o Ministério Público para que conseguisse um acolhimento pra ela. eu não teria mais como cuidar dela. Isso também me destruiu por dentro. Deixar um parente idoso e de alta largado no hospital está fora da minha compreensão de humanidade e compaixão. Mas eu não tinha outra saída. Se a trouxesse estaria cometendo um crime maior por não poder cuidar dela - ficaria abandonada dentro de casa. E lá teria como obrigação da assistência social me dar uma ajuda.


Minha tia nunca foi uma pessoa fácil de lidar.
Com a mesma inrtensidade que ajudava fazia o mal.
Não criou laços com a família.
Quando contrariada cometia maldades indescritíveis e quando fazíamos as maldades e vontades dela éramos tratados com todo amor que ela poderia ter.
Usou a mediunidade para  o mal, espantando de perto de si uma linda coroa, belos orixás e guias de luz. Todos foram substituídos por quiumbas e eguns com ligação ao mal e a vingança.  Aquela umbanda de luz, caridade e amor não existia mais dentro dela.
Até na igreja os capetas que a seguiam ameaçavam fazer o mal. Ela não tinha limites e prejudicava a todos que não faziam suas vontades.
Ainda estou em tratamento, mas estou ótima diante de tudo que passei estes meses.
Foi difícil, quase impossível, a vontade de acabar com tudo quase me venceu.
Mas estou aqui.

Hoje dia 06 de março de 2017 a deixei em um asilo beneficente, pago com o pouco que ela ganha.

Com meu coração partido... Com a certeza de que
 aquilo não é lugar para terminar os seus dias de vida.
Longe dos seus, cercada por estranhos, recebendo visitas de parentes duas vezes na semana, mas solitária entre estranhos. Isso dói dentro da minha alma, mas não há nada que eu possa fazer.
Não tenho condição emocional, física e nem financeira para cuidar dela, como ela necessita.
Não tenho porque ela mesma destruiu todas as possibilidades que tentei construir ao longo dos anos pensando em hoje estar melhor para poder ajudar.


Triste realidade de que colhemos exatamente todo fruto que plantamos. Nem mais, nem menos...

Claro que vou prestar assistência.
Óbvio que não vou abandonar ela por lá.
Mas não me sinto feliz.
Lembro que uma pessoa especial me disse que ela tem o tempo dela assim como temos cada um nosso tempo e que o destino dela é o que ela precisa ter.
Sei que é assim, mas ouvir de outra pessoa é como uma comprovação e consola.
 Hoje eu dei um sumiço típico dos dias que preciso me isolar.
Dei bom dia a quem achei que merecia ou quem estava mais por perto da busca do contato e sumi do mapa. Não atendi telefone, não respondi  a nenhuma mensagem. Também não fui trabalhar porque estive pela manhã no médico e recebi o dia.
Quanto a minha saúde hoje recebi a infeliz notícia que mesmo tendo tratamento para o meu problema o SUS não tem profissionais e muito menos terceirizam o serviço. O tratamento para mim seria a retirada do meu útero mesmo sem ter a necessidade. Simplesmente porque o outro tipo de cirurgia o SUS  não faz e não paga pra fazer.

Eu preciso bancar o tratamento particular ou fazer a retirada de um órgão sem necessidade real disso.
Da mesma forma que se eu não fizer a cirurgia posso perder a vida. Eu não tenho tempo para esperar.

E continuo minha busca solitária sabendo que Deus é comigo e sempre sobrevivi aos temporais.
Sempre consegui.
Mesmo quando tentei desistir tiveram amigos espirituais que impediram um desfecho fatal em minha vida.
Por mais que me dilacere a alma deixar um parente em um asilo, no meio de estranhos, longe do amor, dos laços e dos afetos. Preciso reconhecer que é o melhor que posso fazer e que assim ela plantou em cada coração de parentes.
Mesmo que isso machuque os meus sentimentos de solidariedade, compaixão e humanidade, é o melhor que posso fazer por ela. Ciente de que respondemos pelo uso equivocado do nosso livre-arbítrio e a lei de ação e reação sempre é cumprida.

Sei que temos dificuldade de entender o agir de Deus, suas manifestações e como as coisas conseguem fugir
ao nosso controle o consolo sempre estará presente. Basta que estejamos abertos a sentir.
Hoje vi minha tia muito equilibrada, consolada, chorou pencas quando me viu porque desde o dia 23 de dezembro eu não tive condições emocionais de olhar nos olhos dela e dizer que a estava mandando a um asilo. Agradeci aos meus amigos espirituais que me seguem. Muitos dos quais trabalham para Deus na escuridão como minha Maria Padilha das Almas a quem recorri pedindo que orientasse a alma perdida da minha tia e a guiasse ao caminho da luz e do arrependimento, ao mesmo tempo que rogasse a Deus para que tivesse algum consolo em seu coração e vi isso hoje ser realizado.

Agradeci a Deus por ter sabedoria suficiente para seguir o caminho do bem e ter amigos espirituais que simpatizam comigo em busca por elevação e luz.  Sempre vamos atrair espíritos conforme nossa vibração e
no caso a minha é de amor, de perdão, de crescimento e de paz. De respeito a vida e as leis da criação. De extremo respeito ao livre arbítrio de cada um.

Somos energia e vamos atrair energias iguais a nossa vibração; seja no bem ou no mal.
Eu vibro no bem até nos meus dias de tristeza. Eu vibro no amor até mesmo quando sinto a vontade de acabar com tudo. Eu vibro na luz mesmo quando não peço ajuda pois sei que as pessoas simplesmente não se interessam em ajudar nos problemas alheios.
Mesmo pra baixo eu vibro o amor, a luz, o respeito e a boa fé. Porque o nosso sofrimento não define quem somos.


E resolvi esclarecer nesse texto o que venho passado nos últimos meses, a dor ou desafeto de familiares que não desejaram experimentar tormenta que passei ao deixar uma pessoa incapaz lá, longe no meio de estranhos esperando sem saber o seu destino final. Ninguém nem ao menos tentou saber a dor que me

cortou, mas sei que fizeram julgamentos daqueles mais cruéis possíveis e impossíveis.
Mas sentimento alheio é solo sagrado e não cabe a ninguém julgar e isso realmente não me toca, não me afeta, não chega sequer perto de mim.
Cada um sabe exatamente a sua dor e nunca poderá sentir a dor do outro.
A única coisa que posso afirmar é que jamais serei para os outros aquilo que pessoas que me magoaram de alguma forma foram para mim. Vou sempre tentar ser melhor para o outro, simplesmente porque sou o amor.
E nesse momento que vi pessoas me abandonando, me ignorando quando eu mais precisei, percebi que jamais posso me comportar igual a elas.
"O sentimento do outro é sagrado demais para ser invadido ou questionado. Nunca sabemos o tamanho da dor que um coração está suportando. Se não for para dar a mão, permaneça em silêncio. (Taci Gois)"


Mas cuidado porque o silêncio pode cortar uma alma como navalha.
Aconselho a  fazer como o PAI nos ensinou:
AMA TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO.
Se não conseguir amar, adota um animal e seja sensível a ele.
Garanto que ele te ensina a amar intensamente e incondicionalmente como Jesus disse que deveria ser.



















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